sábado, 27 de outubro de 2012

1. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
14x20 cm
250.00 €

2. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
32x64 cm

3. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
14x20 cm
250.00

4. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
30x45 cm
500.00

5. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
20x28 cm
350.00

6. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
39,5x29 cm
600.00

7. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
14x20 cm
250.00

8. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
14x20 cm
250.00

9. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
37x56 cm
650.00

10. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
14x20 cm
250.00

11. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
29x39 cm
600.00

12. "ninguém pode sonhar por ti!"

Aguarela
20x14 cm
250,00

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Texto por: Eduardo Pinheiro

"ninguém pode sonhar por ti"
Aguarela
29x39,5 cm
550.00

Travessa das Anjinhas (Évora)

Abriu a porta do quarto mais recuado da casa grande da travessa. Era lá que se guardava. A parte de fora de si, claro. A outra, essa não a largava nunca, permanente, no bater cadenciado de cada pulsar do coração. A de dentro era a essência que lhe permitia respirar a finitude de ter pele e poder sentir-se, carne, osso, vida. Às vezes precisava de se m
udar por fora. Ou porque se tinha simplesmente fartado de assim ser, ou porque lhe aparecera um rasgão súbito que lhe trazia a urgência de ser outra. Ou só pelo gozo de se experimentar diferente. Mudava porque era chegada a hora, não havia necessidade de mais explicações. Avançou pelo quarto, closet de carapaça e epiderme, e olhou para as roupas de si ordeiramente penduradas. Havia-as de todos os feitios. Sérias. Sonhadoras. Determinadas. Amigas. Criminosas. Sensuais. Desleixadas. De várias cores. Rubras de paixão. Verdes de cansaço. Pretas de vergonha. Agora só tinha de escolher. Sentou-se num gesto de contemplação e surpresa perante a infinitude de possibilidadades. Respirou-se. Sentiu o ar da vida a sair-lhe. A entrar-lhe numa súplica de experiência. Levantou-se determinada e vestiu-se de longas asas brancas.
Eduardo Pinheiro